Dr. Rafael De Cicco
Médico Cirurgião de Cabeça e Pescoço
CRM 112733
Com informações: Oncoguia e INCA
Câncer de laringe
O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço. Representa cerca de 1/4 dos tumores desta região, e cerca de 4% de todos os cânceres. A maior parte destes tumores se origina nas pregas vocais, que são os responsáveis pela produção da voz.
Sintomas mais comuns
Justamente por ser mais frequente na região das pregas (cordas) vocais, o sintoma inicial deste tipo de neoplasia é a rouquidão (disfonia), também podendo se apresentar como dificuldade em se alimentar ou por nódulo doloroso no pescoço. Estes sintomas podem surgir isolados ou em conjunto.
Caso perceba rouquidão por mais de 3 semanas, sensação de caroço na garganta, nódulo no pescoço ou dificuldade em engolir, procure atendimento com um cirurgião de cabeça e pescoço.
Causas do Câncer de Laringe
O cigarro é o maior causador do câncer da laringe, contendo inúmeras substâncias carcinogênicas, que quando inaladas, alteram as células da região, e com o tempo se transformam em tumores malignos. O uso de bebidas alcóolicas associadas ao cigarro, aumenta em muito o risco de câncer de laringe. A pessoa que bebe e fuma pode apresentar risco aumentado para este tipo de neoplasia de até 30 vezes.
Tratamento
O tratamento do câncer de laringe pode ser por meio da cirurgia, da radioterapia ou quimioterapia, ou por uma combinação de ambas modalidades de tratamento. Os tumores em estágio inicial têm maior probabilidade de cura e a decisão do tipo de tratamento depende de uma série de fatores, tanto do tumor, como do paciente.
O paciente com este tipo de tumor será avaliado por uma série de profissionais, como o cirurgião, o radioterapeuta, o oncologista clínico, o enfermeiro, nutricionista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e psicólogo, com o objetivo de melhor preparar, tratar e reabilitar.
Quanto mais cedo perceber os sintomas e procurar um especialista, maiores são as chances de cura.
Números e estatísticas
Entre os tumores de cabeça e pescoço, o câncer de laringe ocupa a primeira posição e representa o segundo tipo de câncer respiratório mais comum no mundo, atrás apenas do câncer de pulmão;
Ocorre predominantemente em homens com mais de 40 anos;
Representa cerca de 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas;
Em 2018 estima-se 7.670 novos casos, 6.390 em homens e 1.280 em mulheres;
O risco estimado de diagnóstico é de 6,43 casos novos a cada 100 mil homens, e de 2,63 para cada 100 mil mulheres;
Casos diagnosticados em estágio inicial da doença têm melhores chances de cura desse câncer; é observado um prognóstico ruim para os casos em estadio mais avançado apesar do tratamento;
Os fatores de risco já estabelecidos são o uso contínuo do tabaco e de bebidas alcoólicas, sendo possível observar a potencialização do desenvolvimento do tumor quando o hábito de fumar e beber estão juntos;
Outros fatores etiológicos também apresentados com possível associação para o aumento do risco são: dieta pobre em nutrientes, refluxo gastroesofágico, infecções pelo HPV, síndromes genéticas; e a exposição ocupacional de alguns elementos químicos.
Câncer de tireoide
O câncer de tireoide é um câncer que começa na glândula tireoide. A maior parte dos tumores são benignos, mas outros são malignos, como o carcinoma papilífero e o carcinoma folicular. O carcinoma de células de Hürthle é um subtipo de carcinoma folicular. Outros tipos de câncer de tireoide, como o carcinoma medular da tireoide, carcinoma anaplásico e linfoma da tireoide, ocorrem com menos frequência.
Os carcinomas diferenciados de tireoide se desenvolvem a partir das células foliculares da tireoide. Nestes tipos de câncer, as células se parecem muito com o tecido tireoidiano normal quando vistas sob um microscópio.
Sintomas
Nódulo, caroço ou inchaço no pescoço, às vezes crescendo rapidamente.
Dor na parte anterior do pescoço, às vezes, subindo para a região dos ouvidos.
Rouquidão ou outras alterações na voz que não desaparecem.
Dificuldade para engolir.
Problemas respiratórios.
Tosse constante.
Muitas condições benignas podem causar os mesmos sintomas. Nódulos da tireoide são comuns e geralmente são benignos. Ainda assim, se você tem algum desses sinais ou sintomas, é importante consultar um médico para que a causa possa ser diagnosticada e tratada, se necessário.
Fatores de Risco
A história de irradiação do pescoço, mesmo em baixas doses, assim como a ocorrência de câncer da tireoide na família, podem ser considerados fatores de risco para o câncer da tireoide.
Tratamento
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. Dependendo do estágio da doença e de outros fatores, as principais opções de tratamento para pessoas com câncer de tireoide podem incluir cirurgia, iodoterapia, hormonioterapia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo. Em muitos casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem ser utilizados.
Números e estatísticas
O câncer de tireoide é a neoplasia maligna mais comum do sistema endócrino;
Para o Brasil, estima-se, para 2018, 1.570 casos novos de câncer de tireoide no sexo masculino e 8.040 para o sexo feminino;
Para o câncer de tireoide, o único fator de risco consolidado é a exposição à radiação ionizante durante a infância;
Os demais fatores de risco estudados, como níveis de hormônio, fatores reprodutivos, histórico de nódulos benignos e bócio, hipertireoidismo, obesidade, tabagismo e etilismo ainda não estão bem estabelecidos.
Câncer de boca e orofaringe
O câncer de boca, ou cavidade oral, é um câncer que se origina nas células das estruturas que compõem a boca e, o câncer da orofaringe na orofaringe, que é a parte logo atrás da boca. Muitos tipos de tumores podem originar-se na boca e na orofaringe: benignos; lesões pré-cancerosas e malignos.
A cavidade oral inclui os lábios, o revestimento interior dos lábios e bochechas, os dentes, as gengivas, dois terços anteriores da língua, o assoalho da boca e o céu da boca. A orofaringe é a parte da garganta logo atrás da boca. Ela inclui a base da língua, o palato mole, as tonsilas palatinas (amígdalas), e a parte lateral e posterior da garganta.
Os sinais e sintomas do câncer de boca e orofaringe podem incluir:
Ferida na boca que não cicatriza;
Dor na boca que não desaparece;
Caroço ou inchaço na bochecha;
Mancha branca ou vermelha nas gengivas, língua, tonsilas palatinas ou mucosa da boca;
Ferida na garganta ou sensação de ter algo preso na garganta;
Dificuldade para mastigar ou engolir;
Dificuldade de mover a mandíbula ou a língua;
Dormência na língua ou outra área da boca;
Inchaço da mandíbula causando desconforto com a dentadura;
Enfraquecimento dos dentes ou dor ao redor dos dentes;
Alterações na voz;
Nódulo ou massa no pescoço;
Perda de peso;
Mau hálito constante.
É importante mencionar que muitos desses sinais e sintomas são também causados por problemas benignos, ou mesmo por outros tipos de câncer. Ainda assim, é muito importante consultar um médico ou dentista se alguma destas condições dura mais do que duas semanas, para que a causa possa ser diagnosticada e, se necessário, tratada.
Fatores de Risco
Fumantes são mais predispostos do que não fumantes a desenvolver câncer de boca e orofaringe. Cigarros, charutos, cachimbos podem causar câncer em qualquer parte da boca ou da garganta, bem como câncer de laringe (cordas vocais), pulmão, esôfago, rins e bexiga. O consumo de álcool também aumenta o risco de desenvolver câncer de cavidade oral e orofaringe. Cerca de 70% dos pacientes com câncer bucal são alcoólatras.
As pessoas que mascam betel quid ou gutka têm um risco aumentado de desenvolver câncer de boca e orofaringe, assim como portadores do HPV. É preciso também cuidados ao se expor no sol e na alimentação.
São muitos os fatores de risco, por isso é recomendável que você visite uma Unidade Básica de Saúde para um acompanhamento regular e preventivo.
Tratamentos
As principais opções de tratamento para o câncer de boca e orofaringe são: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e tratamento paliativo, que podem ser realizados isoladamente ou em combinação, dependendo do estágio e da localização do tumor. Em geral, a cirurgia é o primeiro tratamento para o câncer de boca e pode ser seguido por radioterapia ou quimioterapia, que podem ser administradas de forma isolada ou combinadas.
Números e estatísticas
O câncer do lábio é mais comum em pessoas brancas e ocorre mais frequentemente no lábio inferior;
Para 2018, no Brasil, espera-se o diagnóstico de 14.700 novos casos, sendo 11.200 homens e 3.500 mulheres;
É mais comum em pessoas com mais de 40 anos;
O maior risco é em pessoas que consomem regularmente álcool e fumam cachimbos e cigarros, bem como pessoas que fazem uso do fumo mastigável;
A má higiene bucal e o uso de próteses dentárias mal-ajustadas também aumentam o risco de incidência;
Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura são de 80%.