Prof. Dr. Fábio Francisco Oliveira Rodrigues
Médico Assistente Titular do SOGM do ICAVC
CRM 81824
O câncer de colo uterino e uma das neoplasias malignas mais comuns, sendo responsável no Brasil, em 2018, por 16370 (8,1%) de novos casos de câncer com mortalidade estimada em 5727 (6%) casos. Nos EUA são estimados para 2019 cerca de 13170 casos recém diagnosticados com 4250 óbitos.
Doença prevalente na população, apresenta fatores de risco bem determinados tendo como foco principal a atuação de subtipos bem conhecidos do papiloma vírus humano – HPV.
A infecção por este agente é altamente prevalente na população mundial e, quando esta ocorre, em cerca de 90% das vezes é combatida e eliminada pelo próprio organismo; a persistência da infecção de subtipos específicos do HPV é responsável pela ocorrência de lesões precursoras e do próprio câncer de colo uterino.
A transmissão e, por consequência, a contaminação pelo HPV ocorre através principalmente da relação sexual; assim, a orientação e identificação facilitadores de sua ocorrência é um dos mais importantes fatores que podem contribuir para redução da incidência do câncer de colo uterino.
O habito de não utilização de preservativos, a ocorrência de outras doenças sexualmente transmissíveis — como sífilis, gonorreia, etc — são fatores conhecidos como de risco para a infecção pelo HPV.
Outra situação de risco esta relacionada a deficiência no sistema de defesa do individuo, chamado de sistema imunológico; condições comumente vistas em algumas doenças imunológicas, AIDS, câncer e em pacientes transplantados e tabagistas.
Sobretudo nas pacientes fumantes, o risco é maior de desenvolver lesões precursoras de câncer de colo uterino, devido a ação direta de inúmeros componentes do cigarro no sistema imunológico, facilitando a persistência da infecção pelo vírus.
Ações de intervenção voltadas aos fatores de risco acima citados, aliadas a conscientização e acesso a políticas de planejamento familiar e ao screening ginecológico adequados, tem impacto imediato na redução da incidência tanto de lesões precursoras como do câncer de colo uterino.
A incorporação da vacina contra o HPV no calendário pelo Ministério da Saúde visa ampliar a possibilidade de redução (e que sabe, num futuro, erradicação) da infecção pelo vírus; abaixo listamos as principais indicações propostas pelo Ministério:
1. Meninas com idade 9-14 anos
2. Meninos com idade 11-14 anos
3. Paciente portadores de HIV de 9-26 anos
4. Pacientes portadores de câncer
5. Pacientes transplantados
A luta contra o câncer de colo uterino só será vitoriosa se pudermos aliar acesso à prevenção, educação e tratamento. O Serviço de Oncoginecologia e Mastologia - SOGM do ICAVC está pronto para este desafio... E você??
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